Rio abajo rio
aprendo a nadar
arquejante
profundidades inexploradas
obtusas e despropositadas ideias
avançam em direção ao vazio
sem que eu me dê conta
o fluxo do rio transpõe
breves lembranças de um lado a outro
como numa tecitura
atravessada
por uma reunião de diferentes fios
não se sabe onde começa
ou termina
enredamento de conteúdo
essencialmente oculto
me abala as pernas
-esfíngica
à sombra do vulnerável desiderato
pendem-se os punhos e dedos
aos esconjuros
de uma margem à outra
casos de amor beiram a antropofagia
a busca incessante
pelo que não é completude
escurece o céu onírico
daqueles que acreditam.